Opção por
deixar o bloco europeu venceu por mais de 1,2 milhão de votos.
Decisão histórica pode mudar a geopolítica mundial nas próximas décadas
Decisão histórica pode mudar a geopolítica mundial nas próximas décadas
Em
decisão histórica, que tem potencial para mudar o rumo da geopolítica mundial
pelas próximas décadas, os britânicos decidiram em referendo deixar a União
Europeia (UE). A opção de "sair" venceu a de permanecer no bloco
europeu por mais de 1,2 milhão de votos de diferença, em resultado divulgado
por volta das 3h desta sexta-feira (24).
A
apuração foi divulgada por áreas de votação e a disputa, bastante acirrada. O
"sair" começou à frente e chegou a ser ultrapassado pelo desejo de
continuar na UE, mas logo retomou a liderança e foi abrindo vantagem até vencer
com quase 51,9% dos votos. Foram 17.410.742 votos a favor da saída e 16.141.242
votos pela permanência.
A vitória
da "Brexit" derrubou as Bolsas na Ásia e os mercados futuros da
Europa e dos Estados Unidos antes mesmo de o resultado oficial ser divulgado. A
libra esterlina, moeda do Reino Unido, despencou e chegou a atingir o menor
valor frente ao dólar em 31 anos. No Japão, a Bolsa de Tóquio desabou quase 8%.
O
referendo derrubou também o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Os britânicos votaram pela saída e sua vontade deve ser respeitada",
afirmou o premiê, que deve deixar o cargo em outubro. Ele ponderou que o país
precisa de uma nova liderança para levar a decisão adiante. "A negociação
deve começar com um novo primeiro-ministro".
Oficialmente,
o referendo não é "vinculante", ou seja, ele não torna obrigatória a
decisão de sair do bloco europeu. Mas o futuro primeiro-ministro britânico
dificilmente será capaz de contrariar a decisão da população. Parlamentares
também podem bloquear a saída do Reino Unido, mas analistas consideram que isso
seria suicídio político.
O
presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, afirmou que levará
algum tempo para que o Reino Unido estabeleça novas relações com a Europa e o
resto do mundo. Disse também que uma volatilidade econômica "deve ser
esperada", mas não vai hesitar em tomar medidas adicionais para levar a
economia adiante.
Em
decisão histórica, que tem potencial para mudar o rumo da geopolítica mundial
pelas próximas décadas, os britânicos decidiram em referendo deixar a União
Europeia (UE). A opção de "sair" venceu a de permanecer no bloco
europeu por mais de 1,2 milhão de votos de diferença, em resultado divulgado por
volta das 3h desta sexta-feira (24).
A
apuração foi divulgada por áreas de votação e a disputa, bastante acirrada. O
"sair" começou à frente e chegou a ser ultrapassado pelo desejo de
continuar na UE, mas logo retomou a liderança e foi abrindo vantagem até vencer
com quase 51,9% dos votos. Foram 17.410.742 votos a favor da saída e 16.141.242
votos pela permanência.
A vitória
da "Brexit" derrubou as Bolsas na Ásia e os mercados futuros da
Europa e dos Estados Unidos antes mesmo de o resultado oficial ser divulgado. A
libra esterlina, moeda do Reino Unido, despencou e chegou a atingir o menor
valor frente ao dólar em 31 anos. No Japão, a Bolsa de Tóquio desabou quase 8%.
O
referendo derrubou também o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
"Os britânicos votaram pela saída e sua vontade deve ser respeitada",
afirmou o premiê, que deve deixar o cargo em outubro. Ele ponderou que o país
precisa de uma nova liderança para levar a decisão adiante. "A negociação
deve começar com um novo primeiro-ministro".
Oficialmente,
o referendo não é "vinculante", ou seja, ele não torna obrigatória a
decisão de sair do bloco europeu. Mas o futuro primeiro-ministro britânico
dificilmente será capaz de contrariar a decisão da população. Parlamentares
também podem bloquear a saída do Reino Unido, mas analistas consideram que isso
seria suicídio político.
O
presidente do Banco Central da Inglaterra, Mark Carney, afirmou que levará
algum tempo para que o Reino Unido estabeleça novas relações com a Europa e o
resto do mundo. Disse também que uma volatilidade econômica "deve ser
esperada", mas não vai hesitar em tomar medidas adicionais para levar a
economia adiante.
Votação apertada
Um
recorde de 46,5 milhões de eleitores foram convocados às urnas para responder à
pergunta: "Deve o Reino Unido permanecer como membro da União Europeia ou
sair da União Europeia?" (em tradução livre).
As casas
de apostas britânicas, que na quinta apostavam na vitória do
"permanecer", mudaram sua tendência na madrugada desta sexta e
passaram a prever a vitória da "Brexit" após a divulgação dos
primeiros resultados. "Brexit" é a abreviação das palavras em inglês
"Britain" (Grã-Bretanha) e "exit" (saída) para designar a
saída do Reino Unido do bloco europeu.
Após o
fechamento das urnas, às 18h de quinta-feira (23) em Brasília, as casas de
apostas de Londres apontavam 90% para a vitória da permanência do Reino Unido
na União Europeia. Algumas horas depois, com a divulgação dos primeiros
resultados, a tendência inverteu e passou a ser 60% a favor da saída do bloco
europeu.
Efeito dominó
A União Europeia é uma união
econômica e política criada após a 2ª Guerra Mundial. O bloco funciona como um
mercado único, com livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.
Formado por Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, o Reino
Unido começou a fazer parte da União Europeia em janeiro de 1973.
O Reino Unido, no entanto, não
faz parte da zona do euro – formada pelos países que têm o euro como moeda
oficial. Dentre os 28 países do bloco europeu, 19 compartilham a moeda única.
Os britânicos continuam usando a libra esterlina.
Até hoje, nunca um país membro
havia deixado a união política e econômica dos países que formam a União
Europeia. Em 1975, houve um referendo muito parecido com o de agora no Reino
Unido, mas venceu a permanência no bloco com larga vantagem: 67% dos votos.
Há forte preocupação de que o
voto pela saída tenha o efeito dominó, com outros países organizando consultas
similares. Marine Le Pen, da extrema-direita francesa, afirmou que seu desejo é
que cada país faça uma votação popular sobre a pertinência da União Europeia.
"Como peço há anos, agora é
necessário o mesmo referendo na França e nos países da União Europeia",
afirmou a líder da Frente Nacional na França pelo Twitter. Na Holanda, o chefe
do Partido da Liberdade e membro do Parlamento, Geert Wilders, escreveu:
"Agora é a nossa vez! Hora de um referendo holandês! #ByeByeEU".
Reino desunido
O referendo dividiu não só a
União Europeia, mas o próprio Reino Unido. Apesar da vitória do
"sair", votaram pela permanência a Escócia (62%), a Irlanda do Norte
(55,8%) e a região de Londres (59,9%). Todas as outras regiões da Inglaterra e
o País de Gales votaram por "sair", com percentuais que variaram de
52,5% (País de Gales) a 59,3% (West Midlands).
Na Escócia, o
"permanecer" venceu em todos os distritos. A chefe de governo
escocês, Nicola Sturgeon, disse que o país "vê seu futuro" como parte
do bloco europeu. "A votação aqui mostra claramente que os escoceses vêem
seu futuro como parte da UE", declarou a dirigente do Partido Nacional
Escocês (SNP).
O chefe do movimento Sinn Fein,
da Irlanda do Norte, afirmou que vai pedir um referendo sobre a união do país
com a Irlanda – que fica na mesma ilha da Irlanda do Norte, mas é um outro país
e não faz parte do Reino Unido. “O resultado desta noite muda dramaticamente o
cenário político aqui no norte da Irlanda e nós vamos intensificar nosso caso
para chamar por um referendo”, disse Declan Kearney, em comunicado.
David Cameron
Cameron é o responsável pela
convocação do referendo, mas havia se posicionado a favor da permanência e
alertado sobre o risco do Reino Unido deixar a UE. O primeiro-ministro chegou a
afirmar que continuaria à frente do governo independentemente do resultado do
referendo, mas renunciou pouco depois da divulgação oficial do resultado.
Em entrevista publicada pelo
jornal "The Times" no sábado (18), Cameron disse que se sentia
"responsável" pela consulta, por ter prometido convocar o referendo
caso ganhasse com maioria as eleições gerais de 2015, mas também era a pessoa
mais adequada para liderar as negociações necessárias graças a suas
"sólidas relações" na Europa.
Líder do Partido pela
Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage comemorou vitória no Twitter:
"Temos nosso país de volta. Obrigado a todos vocês". Pouco depois,
defendeu a formação de um novo governo. "Agora precisamos de um governo
Brexit", disse Farage à imprensa em frente ao Parlamento.
O prefeito de Londres, Sadiq
Khan, afirmou em entrevista à CNN que constitucionalmente o próximo premiê não
precisa ser eleito em novas eleições. "Um novo líder do Partido
Conservador pode assumir, mas eu suspeito que haverá uma pressão para eleições
gerais de uma nova liderança", afirmou.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/reino-unido-decide-deixar-uniao-europeia-em-referendo.html