O supertufão Haiyan devastou a região central das Filipinas
na última sexta-feira (8), afetando milhões de pessoas e desalojando centenas
de milhares.
O ciclone tropical (termo geral para furacões e tufões)
embalou ventos de até 305 km/h nas horas antes de atingir a costa, e
provavelmente foi uma das cinco tempestades mais fortes dos últimos 50 anos,
embora as estimativas de sua força variem.
Segundo Brian McNoldy, especialista em tempestade tropical
na Universidade de Miami (EUA), explica que as estimativas variam porque não
havia aviões na área para soltar instrumentos de registo na tempestade, a
maneira típica de fazer tais medições. No entanto, Jeff Weber, pesquisador da
Corporação Universitária para Pesquisa Atmosférica em Boulder, Colorado (EUA), coloca
Haiyan entre as três tempestades mais fortes da história, medida pela
velocidade do vento em terra firme.
Algumas imagens do desastre compararam a devastação da
tempestade ao caos causado pelo tsunami do Oceano Índico de 2004 que resultou
de um terremoto de magnitude 9,1 a partir do oeste da ilha de Sumatra.
“A última vez que vi algo desta escala foi no tsunami no
Oceano Índico”, disse Sebastian Rhodes Stampa, chefe de uma equipe de avaliação
de #desastre das Nações Unidas que visitou a área no sábado. “É destruição em
uma escala maciça”.
Em particular, cenas de paredes de água que atravessam
aldeias costeiras parece ligar os dois eventos na mente das pessoas. “De certa
forma, eles são semelhantes porque a água subiu rapidamente a alturas incríveis
e inundou áreas baixas atingidas pela pobreza”, explicou McNoldy. “É claro que
são causados por coisas muito diferentes, e um tufão também vem com ventos
destrutivos, enquanto um tsunami é feito apenas do componente água”.
O tufão, furacão ou ciclone tropical é um fenômeno
meteorológico que costuma ocorrer devido a variações de temperatura e direção
dos ventos. Existe uma diferenciação básica entre os três termos, embora
descrevam o mesmo tipo de fenômeno.
O ciclone caracteriza-se por ser uma tempestade violenta em
regiões tropicais ou subtropicais quando ventos superam 50 km/h. O furacão já
possui uma velocidade maior que 199km/h e é comum no mar do Caribe ou nos EUA.
O tufão é o nome dado aos ciclones no sul da Ásia e na parte ocidental do
oceano Índico, tendo as mesmas características de um #furacão.
Os tufões se iniciam em regiões oceânicas onde a temperatura
ultrapassa os 27° C. A água dos oceanos começa a evaporar e se acumular em
forma de nuvens. Isso cria uma camada de baixa pressão atmosférica, fazendo com
que o ar quente suba, e o ar frio da camada superior desça. Em seguida, ventos
em sentido contrário fazem com que a tempestade comece a girar.
À medida que o #tufão se movimenta sobre o mar, mais água
evapora, alimentando-o. Quando o tufão atinge o continente, que é mais frio e
seco, se dissipa – mas não sem antes deixar um rastro devastador.
Tsunami x supertufão
Confira algumas medidas dos dois desastres:
Mortes
Tsunami do Oceano Índico: no total, o #terremoto e
subsequente tsunami mataram cerca de 230 mil pessoas e desalojaram 1,7 milhões
de pessoas em 14 países no sul da Ásia e leste da África.
Supertufão Haiyan: estimativas locais indicam que o número
de mortos pode ser de 10 mil em apenas uma cidade das Filipinas, com mais
mortes no Vietnã após Haiyan aparecer por lá. O número total deverá aumentar à
medida que os trabalhadores humanitários chegarem às comunidades mais afetadas
e contarem as tragédias. A tempestade deslocou mais de 660.000 pessoas, segundo
as Nações Unidas.
Altura de ondas
Tsunami do Oceano Índico: o tsunami produziu apenas pequenas
ondas no mar aberto, mas elas viajaram centenas de quilômetros por hora e
empurraram grandes massas de água inundando áreas mais baixas. Em algumas
regiões, essas massas de água chegaram a 30 metros de altura acima do nível do
mar. Como as ondas sacudiram todo o Oceano Índico, alguns locais, principalmente
na Indonésia, foram atingidos com múltiplas ondas.
Supertufão Haiyan: a parede de água empurrada para a terra
pelos fortes ventos do tufão não causou o mesmo nível de inundação que o
tsunami de 2004. Mas a onda de Haiyan ainda era impressionante (e mortal),
atingindo até 6 metros em partes da região central das #Filipinas.
Tempo de aviso
Tsunami do Oceano Índico: a maioria das pessoas afetadas
pelo tsunami de 2004 não teve praticamente nenhum aviso, graças à velocidade
das ondas do tsunami. Especialistas em Honolulu (Havaí) nem sabiam que o
terremoto tinha desencadeado uma onda gigante até que ouviram relatos de um
tsunami que havia atingido o Sri Lanka.
Supertufão Haiyan: as autoridades filipinas deram a
moradores vários dias de aviso sobre o Haiyan. De fato, cerca de 800 mil
pessoas foram transferidas para abrigos de tempestade. Mas ninguém esperava ou
se preparou para a onda de 6 metros; ela apanhou muita gente de surpresa, em
alguns casos inundando os abrigos.
Impacto econômico
Tsunami do Oceano Índico: o tsunami causou mais US$ 10
bilhões (cerca de R$ 20 mi) em danos, de acordo com várias estimativas.
Supertufão Haiyan: é muito cedo para colocar um número em
Haiyan, mas Jonathan Adams, analista sênior da Bloomberg Industries, disse que
o impacto da #tempestade pode chegar a US$ 14 bilhões (cerca de R$ 28 mi).
Área impactada
Tsunami do Oceano Índico: o tsunami de 2004 atingiu áreas
baixas em 14 países, tão distantes quanto Austrália e Quênia.
Supertufão Haiyan: o Haiyan afetou principalmente a região
central das Filipinas, mas causou danos mesmo em altitudes mais elevadas e
distantes da costa, devido aos fortes ventos.
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