Nos anos que antecederam a 1ª
Guerra Mundial, a Europa vivia um clima de rivalidade entre as grandes
potências, que disputavam colônias na África e na Ásia, além de territórios
dentro do próprio continente.
Em um período chamado de
"paz armada" (1871-1914), esses países protagonizaram uma corrida
armamentista que aumentava a tensão nas relações internacionais. O continente
era um barril de pólvora e bastava uma faísca para que explodisse. O estopim
foi um crime político.
O fato que culminou na 1ª Guerra
Mundial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, príncipe herdeiro
do Império Austro-Húngaro, e de sua mulher, Sofia. Eles foram vítimas de um
atentado durante visita a Sarajevo – ato com importante conteúdo político, pois
buscava demonstrar o domínio austríaco sobre a região.
O crime aconteceu em 28 de junho
de 1914. O autor dos disparos foi Gavrilo Princip, estudante sérvio-bósnio
ligado a uma organização nacionalista. Um mês depois, em 28 de julho, o Império
Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, dando início ao confronto.
Diante da declaração de guerra
dos austríacos, os russos se mobilizam para ajudar os sérvios, seus
"irmãos" eslavos dos Bálcãs. No dia 3 de agosto de 1914, a Alemanha,
aliada dos austríacos, declara guerra à França. O exército alemão avança rumo à
França.
Por causa da política de
alianças, em pouco tempo praticamente toda a Europa está envolvida no conflito.
De um lado estavam os países da Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Império
Austro-Húngaro) e, do outro, a Tríplice Entente (Reino Unido, França e Rússia).
Em maio de 1915, a Itália, que
pertencia à Tríplice Aliança (mas até então estava neutra), declara guerra ao
Império Austro-Húngaro e muda de lado, indo a combate do lado da Entente, em
troca da promessa de receber territórios.
Apesar de ser um conflito
essencialmente europeu, a guerra envolveu os Estados Unidos e o Japão, e as
colônias das potências da Europa também foram campos de batalha.
Em outubro de 1917, o Brasil
declarou guerra à Alemanha pela mesma razão dos Estados Unidos: meses antes,
navios mercantes brasileiros haviam sido afundados por submarinos alemães. Sua
participação, porém, foi pequena e teve poucos reflexos na guerra.
A primeira fase da guerra foi
marcada pela Batalha de Fronteiras. O exército alemão tentava chegar a Paris
pelos limites da França com a Alemanha e a Bélgica – até então um país neutro.
Após vencer a resistência das
forças belgas, os alemães conseguiram entrar em território francês pela
fronteira do país. Em apenas um dia, 22 de agosto de 1914, 27.000 soldados
franceses foram mortos, na mais importante perda para as tropas do país. Uma
das principais caraterísticas dos confrontos foi o uso de trincheiras – frentes
estáticas escondidas em valas cavadas no chão, protegidas por arame farpado.
Foi em território francês que se
travaram as principais batalhas da guerra. As mais devastadoras foram as de
Verdun e Somme. A primeira durou de fevereiro a dezembro de 1916. O exército
francês empenhou todos seus esforços para conter as investidas alemãs no
nordeste do país. A batalha terminou com mais de 700.000 baixas.
A segunda começou em julho de
1916 e durou cerca de cinco meses. Os exércitos da França e da Grã-Bretanha
investiram contra a linha de defesa alemã na região do Rio Somme, mas não
tiveram êxito. Foi o conflito mais letal da guerra, com 1,2 milhão de vítimas –
entre mortos e feridos de ambos os lados.
As duas batalhas ocorridas na
região do Rio Marne, no leste de Paris, foram decisivas. A primeira, em
setembro de 1914, foi a contraofensiva franco-britânica que conteve o avanço
das tropas alemãs – que já haviam ocupado parte da Bélgica, invadido a França e
se encontravam a menos de 40 km da capital francesa. O general que comandava as
tropas recrutou todos os táxis de Paris para levar cerca de 4.000 homens ao
fronte.
Dois anos depois, já com os
Estados Unidos lutando na guerra no lado da França e da Grã-Bretanha, houve a
segunda batalha do Marne, que marcou o início do recuo geral das forças alemãs.
Em julho de 1918, com a ajuda dos americanos, os exércitos aliados conseguiram
barrar o avanço do exército alemão, em um conflito que causou centenas de
milhares de baixas em ambos os lados.
A entrada dos Estados Unidos na
guerra foi determinante para o desfecho do conflito. O país decidiu declarar
guerra à Alemanha, em abril de 1917, após ter navios mercantes naufragados ao
serem atingidos por submarinos alemães no norte do Oceano Atlântico e também no
Mediterrâneo – o que afetava profundamente seus interesses comerciais.
Foi ao lado dos americanos que os
países da Entente conseguiram reagir de forma mais efetiva contra as investidas
do exército alemão.
A corrida armamentista que
precedeu a 1ª Guerra resultou no rápido desenvolvimento da indústria bélica das
grandes potências. Durante o confronto, os países usaram armas com poder
destrutivo jamais visto na época.
Das baionetas, os exércitos
passaram às metralhadoras, frotas de encouraçados, submarinos, tanques de
guerra, lança-chamas e gases tóxicos. Os aviões, que antes serviam apenas para
observação, começaram a ser usados em bombardeios.
Em 22 de abril de 1915, a
Alemanha fez o primeiro grande ataque com uso de gás tóxico, que devastou as
linhas inimigas na Bélgica. Os exércitos começaram a usar máscaras para se
protegerem dos gases, entre eles o lacrimogêneo e o mostarda.
O Império Turco-Otomano, aliado
dos alemães, entrou no conflito no final de 1914. Sua derrota fragmentou ainda
mais o já fragilizado império, que acabou sendo dissolvido em 1923, quando foi
proclamada a República da Turquia.
Foi durante a 1ª Guerra que
começou o genocídio armênio pela mão dos turcos, em abril de 1915. Os homens
eram levados para o fronte, onde eram mortos enquanto cavavam trincheiras.
Crianças, idosos e mulheres eram tirados de suas casas para "caravanas da
morte", onde sucumbiam ao frio, à fome e às doenças. Os armênios afirmam
que o número de mortos chegou a 1,5 milhão.
No contexto da 1ª Guerra começou
a Revolta Árabe contra o Império Turco-Otomano, em 1916, com o apoio da
Grã-Bretanha. O movimento abriria caminho para uma nação árabe independente.
Em novembro do ano seguinte, oito
meses após o czar Nicolau II abdicar, começa a Revolução Russa. Em dezembro, o
país assina o armistício com a Alemanha e sai da 1ª Guerra.
Após a Entente começar a dominar
as batalhas, o Império Turco-Otomano assina o armistício em outubro de 1918. Em
novembro foi a vez do Império Austro-Húngaro, seguido pela Alemanha – que
assinou o cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, dois dias após o Kaiser
Guilherme II abdicar e ser proclamada a República na Alemanha. Após quatro
anos, a guerra terminava com 10 milhões de mortos e 20 milhões de feridos.
Estima-se que a 1ª Guerra
mobilizou mais de 70 milhões de soldados dos cinco continentes e gerou custos
da ordem de 180 bilhões de dólares. O conflito teve ainda 6 milhões de
prisioneiros e 10 milhões de refugiados.
Em junho de 1919, é assinado o
Tratado de Versalhes, que impôs as condições de paz – as mais duras para a
Alemanha. O país perdeu todas as suas colônias, foi desarmado, teve parte de
seu território ocupado militarmente e ainda precisou pagar uma pesada
indenização pelos custos da guerra.
fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/07/entenda-1-guerra-mundial-em-20-fotos-da-epoca.html
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